08/06/2022

Agevisa alerta para perigos dos cigarros eletrônicos e reafirma que produtos são proibidos no Brasil



JOÃO PESSOA, PB - Os perigos do cigarro eletrônico à saúde humana foram destacados pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária em edição do informativo radiofônico Momento Agevisa, que vai ao ar todas as quintas-feiras dentro da programação do Jornal Estadual da Rádio Tabajara (AM-1110 e FM-105.5). A preocupação da Agevisa, segundo Geraldo Moreira de Menezes (diretor-geral da agência), tem base nos perigos causados à saúde, assim como na proibição, desde 2009, pela Anvisa, da comercialização, da importação e da propaganda dos cigarros eletrônicos em todo o território nacional. 

Em conjunto com o Ministério Público e demais órgãos parceiros da Vigilância Sanitária Estadual, Geraldo Moreira informou que a Agevisa/PB está sempre atenta ao cumprimento da proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar, realizando blitzen e orientando seus inspetores sanitários, assim como os profissionais das Vigilâncias Sanitárias municipais, no sentido da apreensão desses produtos, quando encontrados, assim como da responsabilização dos infratores. 

De acordo com o gerente técnico de Inspeção e Avaliação de Produtos, Equipamentos e Tecnologias Médicas da Agevisa/PB, Emanuel Macedo, o motivo central da proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil está relacionado à inexistência de evidências relativas às alegadas propriedades terapêuticas e à segurança de tais produtos. Também são considerados os riscos de doenças respiratórias e a possibilidade de explosão das baterias destes dispositivos, incidente que pode causar queimaduras de níveis bastante elevados. 

Em entrevista à jornalista Rosângela Cardoso, da Rádio Tabajara, disponível na internet (CLIQUE AQUI), Emanuel Macedo lembrou que o vapor emitido pelos dispositivos eletrônicos para fumar pode causar ou aumentar as chances de infecções pulmonares (como enfisema pulmonar), além de dermatite, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer. 

Os cigarros eletrônicos, segundo observou, foram apresentados e introduzidos no mercado como alternativa ao uso dos cigarros convencionais. Entretanto, não há estudos que comprovem a eficiência desses dispositivos como auxiliares no processo de combate ao tabagismo, e muito menos sobre a segurança do uso dos mesmos. “Há, inclusive, relatos de usuários que dizem ter usado o cigarro eletrônico por mais de um ano, frequentemente combinado com o cigarro convencional, sem que houvesse resultados na diminuição da dependência da nicotina”, ressaltou. 

Eletrônicos x convencionais 

Emanuel Macedo informou que, conforme o Inca, o risco de experimentação do cigarro convencional entre usuários do cigarro eletrônico pode ser três vezes maior do que para pessoas que não usam nenhum tipo de cigarro. “Ou seja, os usuários do cigarro eletrônico estão mais suscetíveis ao tabagismo do que as pessoas que não utilizam nenhum tipo de cigarro, estando também mais vulneráveis aos prejuízos à saúde relacionados ao hábito de fumar”, comentou. 

Outro risco associado ao cigarro eletrônico destacado pelo gerente-técnico da Agevisa está relacionado às substâncias químicas presentes no líquido, que podem causar danos às moléculas que mantêm as células do endotélio juntas. “Com isso, as artérias e veias ficam mais sujeitas à formação de placas ateroscleróticas, aumentando o risco para complicações como o acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional”, explicou. 

O que é e como funciona o cigarro eletrônico 

De acordo com Emanuel Macedo, o cigarro eletrônico é um sistema de liberação de nicotina que está gerando controvérsias, tanto entre a população quanto entre profissionais de saúde. O uso crescente deste produto é observado em tabagistas de diversos países, tanto na tentativa de auxiliar na cessação do tabagismo (apesar de não haver evidências de que isso seja possível) quanto como substituto do cigarro convencional. 

Os cigarros eletrônicos têm um formato similar a um cigarro comum, mas também podem se apresentar em forma de caneta, parecidos com um pen-drive ou em outros vários formatos. Com uso popularizado especialmente entre os jovens, tais dispositivos são compostos (em geral) de uma lâmpada de LED, bateria, microprocessador, sensor, atomizador e cartucho de nicotina líquida. 

Segundo Emanuel Macedo, os cigarros eletrônicos funcionam a partir do aquecimento do líquido, processo através do qual é produzido o vapor inalado pelos usuários. “Além da nicotina, é comum que esse líquido contenha outras substâncias, como, por exemplo, acroleína, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes. E vale ressaltar que essas substâncias estão presentes mesmo nos cigarros eletrônicos que não contêm nicotina”, observou. 

Saiba mais... 

Em recente nota à população, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterou sua posição favorável à manutenção das regras proibitivas aos dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil. 

Apesar de não serem regulamentados pela Anvisa, os cigarros eletrônicos continuam sendo comercializados e utilizados abertamente no País. 

Além do Brasil, outros trinta países adotam com o mesmo tipo de proibição, enquanto mais de cem outros apresentam regras que regulamentam o uso dos cigarros eletrônicos, impondo limites de idade e restringindo qualquer tipo de incentivo.

Assessoria, com foto: Ilustração/Pixabay

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