06/06/2022
Ciência e Tecnologia, Educação e Saúde lideram bloqueio orçamentário decretado pelo governo Bolsonaro
BRASÍLIA, DF - Os ministérios da Ciência, Tecnologia e
Inovações e da Educação foram as pastas com o maior volume de recursos
contingenciados (bloqueados) no Orçamento de 2022, informou hoje (6) à tarde o
Ministério da Economia. Os números constam do detalhamento do Relatório de
Avaliação de Receitas e Despesas do segundo bimestre, divulgado no fim de maio. O governo havia informado o valor total do novo bloqueio,
mas a distribuição dos cortes pelos órgãos federais só foi divulgada hoje. Os
novos limites de empenho (autorização de gastos) para cada ministério e órgão
serão publicados em decreto no Diário Oficial da União. Com R$ 2,5 bilhões contingenciados, o Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovações lidera o bloqueio. Em seguida, vem o Ministério da
Educação, com R$ 1,598 bilhão bloqueados. O Ministério da Saúde ocupa a
terceira posição, com R$ 1,253 bilhão. Os demais órgãos tiveram cortes abaixo
de R$ 1 bilhão. Na última versão do relatório, informou-se que haveria um
contingenciamento adicional de R$ 8,239 bilhões no Orçamento de 2022, mas o
novo bloqueio efetivo ficou em R$ 6,965 bilhões. Isso ocorreu porque o governo
bloqueou mais R$ 463 milhões de gastos discricionários (não obrigatórios) de
outras pastas para recompor gastos emergenciais do Ministério da Economia, como
manutenção de sistemas e pagamento de tarifas bancárias para prestação de
serviços. Ao mesmo tempo em que elevou o bloqueio em R$ 463 milhões, a
equipe econômica usou uma reserva de R$ 1,737 bilhão destinada à reestruturação
de carreiras no funcionalismo federal para diminuir o valor a ser
contingenciado. Dessa forma, o bloqueio efetivo no segundo bimestre ficou em R$
6,965 bilhões. Bloqueio total No fim de março, o governo havia contingenciado R$ 1,722
bilhão em emendas de relator. Com isso, o valor total bloqueado do Orçamento de
2022 chega a R$ 10,424 bilhões, sem o abatimento da reserva para a
reestruturação de carreiras, e a R$ 8,687 bilhões, considerando o uso da
reserva para diminuir o valor efetivo contingenciado. Os valores não incluem um possível reajuste linear de 5%
para o funcionalismo. Esse aumento custaria mais R$ 6,3 bilhões aos cofres
federais e necessitaria de um contingenciamento adicional no Orçamento. A Lei
de Responsabilidade Fiscal permite reajustes para repor as perdas com a
inflação apenas até 30 de junho no último ano de cada mandato. A cada dois meses, o Ministério da Economia divulga o
Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução
do Orçamento. Com base nas previsões de crescimento da economia, de inflação e
do comportamento das receitas e das despesas, a equipe econômica determina o
bloqueio necessário para cumprir as metas de déficit primário (resultado
negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública) e o teto de
gastos. Confira abaixo a distribuição dos novos cortes
orçamentários: Presidência da República - R$25.368.000 Ciência, Tecnologia e Inovações - R$ 2.500.000.000 Educação - R$ 1.598.095.000 Justiça e Segurança Pública - R$ 117.353.000 Minas e Energia - R$ 46.900.000 Relações Exteriores - R$
199.877.000 Saúde - R$ 1.253.324.000 Infraestrutura - R$ 199.877.000 Comunicações - R$ 87.397.000 Defesa - R$ 706.964.000 Desenvolvimento Regional - R$
149.833.000 Turismo - R$ 36.554.000 Cidadania - R$ 94.496.000 Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - R$ 9.655.000 Banco Central do Brasil - R$ 18.738.000 Valor total efetivo - R$ 6.965.148.000 Reserva de contingência - R$ 1.736.952.000 Valor total com reserva de contingência - R$ 8.702.100.000
Com informações da Agência Brasil, com foto: Alan Santos/PR
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