02/06/2022
Senado aprova PEC que garante pagamento do piso salarial da enfermagem
BRASÍLIA, DF - Foi aprovada pelo Plenário do Senado nesta
quinta-feira (2), em primeiro e segundo turnos, a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC 11/2022) que visa dar segurança jurídica ao piso salarial
nacional de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e
parteiras. O texto segue para a Câmara dos Deputados. No primeiro turno foram 71 votos a favor e nenhum contra. No
segundo turno, 72 a favor e nenhum contrário. O piso foi aprovado pelo Senado (em novembro) e pela Câmara
dos Deputados (em maio) na forma de um projeto de lei (PL 2.564/2020), de
autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), com relatoria da senadora Zenaide
Maia (Pros-RN). Ao inserir na Constituição o piso, a intenção é evitar uma
eventual suspensão do piso na Justiça, sob a alegação do chamado "vício de
iniciativa" (quando a proposta é apresentada por um dos Poderes sem que a
Constituição Federal lhe atribua competência para isso). A primeira signatária da iniciativa, senadora Eliziane Gama
(Cidadania-MA), fez uma homenagem aos mais de 700 profissionais da enfermagem
mortos durante a pandemia da Covid-19. Ela lembrou que o piso terá efeito tão
logo seja sancionado pelo presidente da República, ainda que esteja em
andamento a discussão sobre a fonte de recursos no Orçamento. — Teremos nas próximas semanas alternativas para que
municípios e estados tenham as condições orçamentárias para o pagamento desses
valorosos profissionais. Viva os enfermeiros do Brasil! O relator de Plenário, senador Davi Alcolumbre (União-AP),
rejeitou as emendas apresentadas e pediu aos senadores que retirassem os
destaques, para acelerar a aprovação. Ele garantiu que há várias opções em
debate para encontrar os recursos orçamentários que garantam o pagamento do
piso. — Essa nova despesa não recairá sobre os ombros dos estados,
dos [hospitais] filantrópicos e dos municípios brasileiros — assegurou. Alcolumbre citou entre as possíveis fontes futuras de
receita os impostos arrecadados com a eventual legalização dos cassinos no
Brasil, tema do PL 2.648/2019. Angelo Coronel (PSD-BA) subiu à tribuna para
apoiar a ideia, ao passo que o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) qualificou de
"oportunista" a associação entre a aprovação do piso e a legalização
dos cassinos. Pacheco A sessão foi presidida pelo senador Veneziano Vital do Rêgo
(MDB-PB). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chegou ao Plenário em meio à
sessão — vindo de audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal, entre o
governo federal e os estados, para tratar da cobrança de ICMS sobre o diesel —
e saudou a atuação do colega. — Com toda a justiça, V. Exa. preside essa sessão, haja
vista que é um grande defensor da classe dos enfermeiros. Determinadas
profissões são destacadas em razão de momentos especiais da humanidade, e no
enfrentamento da pandemia da covid-19 tivemos destacada uma profissão que
precisa de uma elevação de status, que é a dos enfermeiros. Daí todo esse
consenso — disse Pacheco a Veneziano. Autor do PL que instituiu o piso, o senador Fabiano
Contarato (PT-ES) agradeceu ao presidente do Senado pelo empenho na aprovação
do piso e conclamou os profissionais da enfermagem a desempenharem um papel
ativo na política: — É só através da política que nós mudamos. Vocês têm uma
força inestimável. Vocês aprovaram o PL 2.564 e a PEC 11.
O PL aprovado prevê piso mínimo inicial para enfermeiros no
valor de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente por serviços de saúde públicos e
privados. Em relação à remuneração mínima dos demais profissionais, o texto
fixa 70% do piso nacional dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem e 50%
para os auxiliares de enfermagem e as parteiras. Agência Senado, com foto: Waldemir Barreto
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