26/05/2022
Aprovado reajuste de até 15,5% nos Planos de Saúde individuais, o maior aumento da história
BRASÍLIA, DF - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
aprovou hoje (8) o índice máximo de reajuste anual para os planos de saúde
individuais e familiares. O aumento poderá ser de até 15,5%. A decisão foi
tomada pela diretoria por quatro votos a um. Trata-se do maior reajuste anual já aprovado pela agência,
criada em 2000. As operadoras dos planos de saúde poderão aplicar o índice em
mensalidades cobradas entre maio de 2022 a abril de 2023. Mas a atualização dos
valores só pode ser realizada a partir da data de aniversário de cada contrato.
Caso o mês de aniversário do contrato seja maio, é possível a cobrança
retroativa do reajuste. A decisão não se aplica aos planos coletivos, sejam
empresariais ou por adesão. Ela incide apenas nas mensalidades dos contratos
individuais e familiares firmados a partir de janeiro de 1999. São
aproximadamente 8 milhões de beneficiários, o que corresponde a 16,3% do
mercado de saúde suplementar. O aumento histórico ocorre um ano após a ANS ter aprovado
pela primeira vez um reajuste negativo. Em 2021, as operadoras foram obrigadas
a reduzir as mensalidades em pelo menos 8,19%, porque ficou constatada uma
queda generalizada na demanda por serviços de saúde em meio ao isolamento
social decorrente da pandemia da covid-19. No período, os planos registraram
uma redução de custos. "Já em 2021, tivemos uma gradativa retomada da
utilização desses serviços. É também um ano influenciado por uma forte inflação
em todo o país", disse a gerente Econômico-financeira e Atuarial de
Produtos da ANS, Daniele Rodrigues, ao apresentar os detalhes do cálculo do
índice. Em nota divulgada em seu portal eletrônico, a ANS sustenta
que tanto o reajuste negativo de 2021 como o reajuste histórico deste ano
possuem relação com os efeitos da pandemia da covid-19. "Não se pode
analisar o percentual calculado para 2022 sem considerar o contexto e os
movimentos atípicos no setor de planos de saúde nos últimos dois anos",
diz o texto. A proposta de reajuste foi submetida ao Ministério da
Economia no início do mês. A pasta emitiu nota técnica aprovando a aplicação da
metodologia na segunda-feira (23). Segundo a ANS, a atual fórmula para cálculo
do reajuste anual foi adotada em 2018. O cálculo é influenciado principalmente
pela variação das despesas assistenciais do ano anterior. Também leva em conta
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do
país. A variação das despesas assistenciais de 2021 foi de 20,35%.
É o maior percentual da série histórica apresentada na reunião, com dados desde
2014. Em 2020, essa variação havia sido negativa em 9,2%. Os cálculos são
realizados pela Diretoria de Normas e Habilitação de Produtos da ANS. Diferentes diretores avaliaram que a fórmula pré-definida
garante transparência e previsibilidade para o reajuste. "É uma
metodologia que reflete de forma muito clara a variação da despesa
assistencial", argumentou o diretor de Desenvolvimento Setorial, Maurício
Nunes. Para o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, a aplicação
da metodologia protege o interesse público. "A agência regula e procura
manter o setor em funcionamento", disse.
Único voto divergente, a diretora de Fiscalização, Eliane
Medeiros, elogiou os esforços da equipe em aplicar a metodologia em vigor, mas
se posicionou contra o índice proposto. Agência Brasil, com foto: Divulgação
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