16/04/2022
Presidente da Petrobras diz que manter política de preços traz “benefícios para o consumidor”
BRASÍLIA, DF - O presidente eleito da Petrobras, José Mauro
Ferreira Coelho, tomou posse nesta quinta-feira (14) à tarde, em cerimônia
fechada à imprensa, na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Durante o evento,
transmitido online, ele falou sobre a importância da prática de preços de
mercado de combustíveis. “A prática de preços de mercado é condição necessária para a
criação de um ambiente de negócios competitivo para a atração de investimentos,
para a atração de novos agentes econômicos no setor, para a expansão da
infraestrutura do país e para a garantia do abastecimento. Tal cenário leva ao
aumento da concorrência, com benefícios para o consumidor.”. Segundo ele, graças ao novo modelo de gestão da estatal, a
Petrobras passou de uma dívida bruta de US$ 160 bilhões, em 2014, para menos de
R$ 60 bilhões. Essa redução da dívida abre espaço para maiores investimentos.
Em 2021, foram investidos US$ 8,8 bilhões. A Petrobras é, atualmente, a maior
produtora de petróleo e gás natural do Brasil, com produção de cerca de 2,1
milhões de barris de petróleo por dia, ou 72% da produção nacional, e responde
pela produção bruta de gás natural de 98 milhões de metros cúbicos diários (73%
da produção brasileira). Coelho salientou que o Brasil é hoje o sétimo maior produtor
de petróleo do mundo e tem expectativa de atingir a quinta posição até 2030,
com produção de 5,2 milhões de barris/dia. “Certamente, a Petrobras terá uma
participação importantíssima nessa produção”. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de que a
Petrobras amplie sua produção em 500 mil barris de óleo equivalente por dia,
com implantação de 15 novos sistemas de produção, dos quais 12 já estão
contratados. “Essa produção não seria possível se não fosse a competência
adquirida pela empresa na exploração e produção de petróleo em águas profundas
e ultraprofundas”. Para o novo presidente da estatal, o aumento da produção
também não seria possível se não fosse o modelo de gestão adotado em 2017, que
permitiu que investimentos em exploração e produção, em especial na região do
pré-sal. O aumento da produção de petróleo e gás natural levou ao
crescimento da arrecadação para a União, governos estaduais e municipais.
Somente no ano passado, entre impostos e participações governamentais, foram
arrecadados R$ 203 bilhões. José Mauro Ferreira Coelho lembrou no entanto que, embora o
Brasil seja autossuficiente e até exportador de petróleo (óleo cru), continua
sendo importador de vários combustíveis, entre os quais gás de cozinha,
querosene de aviação, gasolina, diesel. “Isso impõe aos agentes de mercado e ao
governo federal grandes desafios para a garantia do abastecimento”. Futuro Para o futuro, Coelho pretende trabalhar com aderência ao
plano estratégico da empresa 2022/2026, maximizando o valor do portfólio, com
foco em ativos em águas profundas e ultraprofundas e priorizando investimentos
em exploração e produção na província do pré-sal. Os desinvestimentos em campos
maduros em terra e no mar continuarão, de forma que “empresas com porte
adequado e experiência nesse tipo de ativos, possam dar continuidade à
produção, com a extensão da vida útil dos campos e o aumento do seu fator de
recuperação”. O novo presidente da Petrobras fez questão de ressaltar que
mesmo com os desinvestimentos em ativos de produção de petróleo e gás natural,
a Bacia de Campos continua estratégica para a Petrobras. A empresa pretende
incorporar reservas aderentes à sua visão de futuro, seja explorando áreas já
descobertas, como áreas em novas fronteiras, como a margem equatorial e a bacia
de Sergipe/Alagoas, em águas profundas. Para dar continuidade ao processo de concorrência e
abastecimento, a Petrobras segue comprometida com os desinvestimentos do setor
de refino de petróleo. Coelho afirmou que a companhia vai trabalhar em suas
refinarias para aumentar a eficiência energética, operacional e ambiental e a
segurança, de modo a posicioná-la entre os maiores refinadores do mundo. “Assim, obteremos produtos de melhor qualidade, como, por
exemplo, a substituição total, até 2026, do diesel S-500, com maior teor de
enxofre, mais poluente, pelo diesel S-10, com menos emissões. Continuamos
também comprometidos com a abertura do mercado de gás natural”. A transição energética também foi citada pelo novo titular
da Petrobras, que pretende neutralizar as emissões sobre as atividades em seu
controle, com mitigação às mudanças climáticas e melhor aproveitamento dos
recursos hídricos, melhor gerenciamento dos resíduos e preservação da
biodiversidade. Desafios O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, presente à
solenidade, disse que José Mauro Coelho toma posse em um cenário global de
muitos desafios, marcado pelo esforço de recuperação da economia mundial, após
a pandemia da covid-19, pelo processo em curso de transição energética para uma
economia de baixo carbono e pelos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia que
repercutiram na maior crise energética dos últimos 50 anos. “O setor de óleo e
gás está implicado em todas essas questões”. O ministro destacou importantes resultados apresentados pela
Petrobras, entre os quais o fato de a companhia ter se posicionado entre as
maiores empresas de capital aberto da América Latina, com valor de mercado de
cerca de US$ 100 bilhões e 850 mil acionistas. Os investimentos em exploração e
produção somam, até 2026, US$ 57,3 bilhões. “São números impressionantes que
revelam a grandeza de uma empresa que está diretamente associada à grandeza do
Brasil”. Segundo o ministro, os projetos de desinvestimento da
Petrobras têm contribuído para a empresa reduzir sua dívida e ter capacidade de
aplicação em negócios com maior retorno financeiro. A consequência prevista
será a modernização do mercado de petróleo e gás natural, com mais concorrência
e pluralidade.
De acordo com Albuquerque, os leilões realizados no atual
governo levaram a um aumento de 16% na produção de petróleo e de 21% na
produção de gás natural, o que levou a um recorde de arrecadação de royalties,
tributos e participações governamentais. “Só em participações governamentais
nesse período, foram arrecadados R$ 264 bilhões, três vezes maior que o
arrecadado entre 2014 e 2016 e duas vezes maior entre 2016 e 2018. RedeTV! com foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras
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