03/02/2022
Ocupação de UTIs do SUS por pacientes com Covid-19 passa de 80% em oito estados e no DF
BRASÍLIA, DF - A ocupação de leitos de terapia intensiva do
Sistema Único de Saúde (SUS) para adultos com covid-19 superou 80% em nove
unidades da federação e 13 capitais, alertou hoje (3) uma nota técnica do
Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os pesquisadores consideram que a ocupação de mais de 80%
dos leitos de Unidade de Terapia Intensivo (UTI) configura zona de alerta
crítico e apontam que essa situação era registrada, no dia 31 de janeiro deste
ano, no Piauí (87%), Rio Grande do Norte (86%), Pernambuco (88%), Espírito
Santo (83%), Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (91%), Distrito Federal (97%),
Amazonas (80%) e Mato Grosso (91%). Entre as capitais, as 13 que estão na zona de alerta crítico
são: Manaus (80%), Macapá (82%), Teresina (83%), Fortaleza (80%), Natal
(estimado de 89%), Maceió (81%), Belo Horizonte (86%), Vitória (80%), Rio de
Janeiro (95%), Campo Grande (109%), Cuiabá (92%), Goiânia (91%) e Brasília
(97%). A nota técnica destaca, ainda, que os aumentos no percentual
de ocupação em alguns estados ocorrem ao mesmo tempo que a abertura de leitos.
Pernambuco, por exemplo, ampliou a oferta de vagas de UTI de 991 para 1106,
entre 24 e 31 de janeiro, e a taxa de ocupação aumentou de 81% para 88%. Os pesquisadores ressaltam que, apesar disso, o cenário não
é o mesmo do momento mais crítico da pandemia, entre março e junho de 2021,
quando a maior parte do país estava na zona de alerta crítico e o número de
leitos para covid-19 era maior. Preocupação "Ainda assim, o crescimento nas taxas de ocupação de
leitos de UTI SRAG/Covid-19 para adultos no SUS é preocupante, principalmente
frente às baixas coberturas vacinais em diversas áreas do país, onde também são
mais precários os recursos assistenciais, especialmente os de alta
complexidade", afirma a nota técnica. Ela explica que, mesmo com uma
proporção menor de casos graves, a variante Ômicron pode produzir um número
expressivo de internações devido a sua grande transmissibilidade. A Fiocruz reforça que pessoas que já receberam a dose de
reforço são pouco suscetíveis à internação, mas podem ter sua vulnerabilidade
aumentada por comorbidades graves ou idade avançada. Além disso, a fundação
acrescenta que ainda há uma proporção considerável da população que não recebeu
a dose de reforço, que é suscetível a formas mais graves de infecção com a
Ômicron e, principalmente, há uma parte da população não vacinada e, portanto,
muito mais suscetível. "Insistimos que é fundamental empreender esforços para
avançar na vacinação, incluindo-se a exigência do passaporte vacinal. É também
fundamental controlar a disseminação da covid-19, com maior rigor na
obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos, e campanhas para
orientar a população sobre o autoisolamento ao apresentarem sintomas, evitando
a transmissão intradomiciliar entre outras", acrescenta.
Para os pesquisadores do Observatório Covid-19, o
comportamento das taxas de ocupação em estados e capitais indica a
interiorização da variante Ômicron. Algumas capitais já apresentam mais
estabilidade ou mesmo queda nas suas taxas, enquanto as taxas dos estados
crescem expressivamente. Agência Brasil, com foto: Warley de Andrade/TV Brasil
|