12/01/2022
Estudo aponta Viagra como medicamento candidato para prevenção e tratamento contra Alzheimer
OHIO, EUA - Um estudo publicado pela "Nature
Aging" analisou milhões de dados sobre o uso do sildenafil, substância do
Viagra, e sugere que o medicamento tem potencial para ser tratado como uma
"droga candidata" a atuar na prevenção e o tratamento do Alzheimer. A pesquisa foi conduzida pela Clínica Cleveland, de Ohio,
nos Estados Unidos. Além do tratamento para a disfunção erétil, o sildenafil
também é aprovado como uma terapia contra a hipertensão pulmonar. Segundo os resultados do estudo americano, liderado pelo
pesquisador Feixiong Cheng, do Instituto de Medicina Genômica da Clínica
Cleveland Clinic, o medicamento está associado a uma redução de 69% na
incidência do Alzheimer após um acompanhamento de 6 anos, em comparação com
pessoas que não utilizavam o remédio. Já em comparação com pacientes que eram tratados com o
losartan, com prescrição médica para hipertensão arterial, as pessoas que
recebiam a substância do Viagra apresentaram um risco 55% menor de desenvolver
o Alzheimer. O mesmo foi constatado com outros remédios: na comparação
entre a metformina e o sildenafil, o risco de desenvolver a doença foi 63%
menor para quem utilizava a substância do Viagra; já com o diltiazem, utilizado
contra pressão alta, o índice foi 65% menor. Os cientistas utilizaram um modelo computacional para cruzar
dados de drogas aprovadas pela FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, e
potenciais tratamentos para o Alzheimer. Eles utilizaram um banco de dados com
mais de 7 milhões de pacientes, mas reiteram que são necessários estudos
clínicos para comprovar se de fato o sildenafil é eficaz contra a doença
neurodegenerativa.
"Este artigo é um exemplo de uma crescente área de
pesquisa da medicina de precisão, em que o big data é a chave para conectar
pontos entre medicamentos existentes e doenças complexas como o
Alzheimer", disse Jean Yuan, um dos diretores do Instituto Nacional do
Envelhecimento, parte do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH,
na sigla em inglês), que financiou a pesquisa. g1, com foto: Ilustração/Pixabay
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