29/12/2021
Prepare o bolso: Materiais escolares podem ficar até 30% mais caros em 2022
BRASÍLIA, DF - Daqui a poucos dias 2022 inicia e com ele
todas as despesas de começo do ano. E quem tem filhos na escola tem uma conta a
mais: a compra do material escolar, que vai acompanhar a inflação e a alta do
dólar. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos
Escolares (ABFIAE), o aumento pode chegar a 30%. “Para 2022, temos reajustes elevados em todas as categorias
de materiais escolares, variando de 15% a 30%, em média”, afirmou o presidente
executivo da ABFIAE, Sidnei Bergamaschi. De acordo com entidade, as indústrias e os importadores
estão sofrendo esse ano um grande aumento de custos. “São aumentos elevados e
frequentes nas diversas matérias-primas como, por exemplo, papel, papelão,
plástico, químicos, embalagem, etc. Para os produtos importados, os principais
impactos são a variação do dólar no Brasil, os aumentos de custos na Ásia e a
elevação dos preços de fretes internacionais, decorrente da falta de
containers. Além disso, as medidas antidumping para importações de lápis da
China, adotadas pelo governo brasileiro este ano, aumentaram os custos na categoria
de lápis”, observou Bergamaschi. O executivo afirmou que nenhum produto escapará da alta de
preços. “Provavelmente todas as
categorias de produtos sofrerão aumentos de preços”. E mesmo os produtos
nacionais não terão tanta procura, por falta de opções. “Pode ocorrer alguma
migração de volume de produtos importados para nacionais, mas em pequena
escala. Para a maioria dos produtos atualmente importados, as opções de
fornecimento nacional são pequenas”. Este ano foi marcado por aulas híbridas em diversos estados,
e com isso muitos estudantes reaproveitaram materiais escolares de 2020. Com o
avanço da vacinação e a volta às aulas totalmente presencial, pelo menos na
Educação Básica, a expectativa da entidade para 2022 é cautela. “Acreditamos que a retomada das aulas presenciais na maioria
dos locais no final de 2021 movimentou o setor, mas sem atingir os patamares
pré-pandemia. Nosso mercado foi um dos mais atingido durante a pandemia, com
escolas e comércio fechados, com uma queda no varejo de papelaria superior a
37%. Apesar de existir uma boa expectativa com o retorno das aulas presenciais
em 2022, os comerciantes do setor de papelaria estão cautelosos, pois sofreram
muito em 2021, quando não teve volta às aulas, muitas empresas estão em
dificuldades financeiras e outras encerraram as suas atividades. Além disso, a
degradação dos índices econômicos - dólar elevado, inflação em alta, desemprego
e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), põe em risco os resultados
para nosso segmento”, avalia o executivo. Alternativas E se os preços estarão nas alturas, o jeito é buscar
alternativas para economizar, explica o economista Sérgio Tavares. “Em primeiro
lugar, é importante pesquisar bastante os preços, seja em lojas de rua, nos
shopping centers e lojas online. Os preços costumam oscilar muito e dado o
volume de itens a serem comprados, a economia pode ser boa para quem tem
organização e disciplina neste sentido”. Para quem se organizou, pagar à vista, em dinheiro, pode
render um bom desconto. “Uma segunda abordagem é a tentativa de desconto para
pagamento à vista ou em dinheiro, por exemplo, caso a compra tenha valor
relevante. O valor à vista nunca pode ser o mesmo do valor total parcelado. O
cliente deve perguntar antes se o preço à vista e o mesmo do preço parcelado,
o estabelecimento tem o dever de dar
desconto para pagamento à vista”, orienta o diretor da STavares Consultoria
Financeira. Outra forma de economizar é conversar com outros pais, seja
através de grupos e fazer compras conjuntas em livrarias, editoras e no
atacado. Isso aumenta a probabilidade de conseguir preços menores.
“Uma última alternativa é comprar diretamente da escola,
desde que a comodidade não represente maior preço em relação às lojas. Mas, o
que é primordial é pesquisar bastante item a item em maior número de
estabelecimentos possível, listando os descontos e facilitadores na forma de
pagamento para a tomada de decisão. Dependendo do resultado da pesquisa, pode
haver casos em que é mais lucrativo dividir a compra dos itens em vários
estabelecimentos”, finaliza o economista. Agência Brasil, com foto: Tony Winston
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