20/12/2021
Renda Média do trabalhador é a menor desde 2012, segundo dados do IBGE
BRASÍLIA, DF - A renda média dos trabalhadores recuou 4% no
3º trimestre deste ano, em relação aos três meses anteriores para R$ 2.459,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua),
divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Trata-se do menor rendimento médio real (descontada a
inflação) desde o 4º trimestre de 2012 (R$ 2.451). O rendimento médio real
habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos. Foi a quarta queda seguida na comparação com o trimestre
imediatamente anterior, o que faz o valor se aproximar do menor nível da série
história, iniciada em 2012. O movimento de retrações começou no quarto trimestre de
2020, com perda de 4%, seguido por recuos de 0,8% no primeiro trimestre e de
2,8% no segundo trimestre, destaca o Valor Online. Com a nova queda, o valor médio de renda se aproxima do
menor nível da série histórica que considera apenas os trimestres padrões do
calendário, de R$ 2.438, registrado no primeiro trimestre de 2012, há quase dez
anos. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, a queda do
rendimento do trabalhador encolheu 11,10%. Naquele momento, a renda média era
de R$ 2.766, ou seja, há uma redução de R$ 204, para os R$ 2.459. As taxas já consideram a nova série da Pnad Contínua,
divulgada nesta terça, reponderada por sexo e idade, para reduzir os viéses de
cobertura trazidos pela coleta da pesquisa por telefone, por causa da pandemia,
como a presença maior de idosos entre os entrevistados. A queda da renda reflete uma retomada do mercado de trabalho
marcada pelas ocupações mais precárias e, por isso, com menores rendimentos.
Assim, a despeito da redução dos desempregos e do aumento dos trabalhadores
ocupados, a massa de rendimentos se mantém praticamente estável. O rendimento dos brasileiros também segue pressionado pela
inflação nas alturas, que passou de 10% no acumulado em 12 meses. “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e
também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, explicou a
coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
No terceiro trimestre de 2021, a massa de rendimentos real
habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$
223,549 bilhões, uma queda de 0,1% em relação ao segundo trimestre (R$ 202
milhões a menos), mas que é considerada estatisticamente estável, segundo o
IBGE. Frente ao terceiro trimestre de 2020, houve baixa de 0,7% (menos R$ 1,688
bilhão). g1, com foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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