19/12/2021
Queiroga diz que só autorização da Anvisa não é suficiente para vacinar crianças e joga decisão para janeiro
BRASÍLIA, DF - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga,
afirmou hoje (18) que a decisão do governo em vacinar crianças de 5 a 11 anos
será tomada no dia 5 de janeiro, após audiência pública a ser realizada no dia
anterior. Em conversa com jornalistas, Queiroga disse que a autorização da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não é decisão suficiente para
viabilizar a vacinação para esse grupo. “[Só a autorização da Anvisa] não é suficiente. Porque, se
você olhar todas as políticas públicas do Ministério da Saúde e verificar todas
as autorizações que a Anvisa deu em relação a medicamentos, a dispositivos
médicos, basta ver o que tem autorizado pela Anvisa e o que está incorporado no
SUS [Sistema Único de Saúde]. São avaliações distintas”, explicou o ministro. Queiroga disse que aguarda parecer da Câmara Técnica
Assessora de Imunizações (CTAI). O documento será levado na próxima semana para
apreciação em uma consulta pública, um mecanismo de participação social não
presencial, usado por entes públicos para subsidiar o processo de tomada de
decisão. "No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública
para discutir o que foi oferecido em consulta pública que, em adição ao
posicionamento da CTAI, servirá de base para a decisão final do Ministério da
Saúde”, acrescentou o ministro. Nesta semana, a Anvisa já havia aprovado o uso da vacina da
Pfizer em crianças na faixa de 5 a 11 anos. Segundo a agência, existem
evidências científicas de que o imunizante, aplicado em duas doses nesse
público, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves causadas pelo vírus. Questionado pelos jornalistas por que a atuação da Anvisa já
não resolveria a questão, Queiroga afirmou que a decisão não é da agência, e
sim dele. “Eu sou a principal autoridade sanitária do Brasil e não abro mão de
exercer as minhas prerrogativas. Porque elas decorrem da decisão do mandatário
máximo da nação, que me incumbiu essa missão.” Ele destacou o papel da CTAI, órgão criado em 1975, nesse
processo. “A introdução desse produto dentro de uma política pública requer uma
análise mais aprofundada. E, no caso de imunizantes, a análise técnica é feita
com o apoio da Câmara Técnica Assessora de Imunizações.”
O ministro também elogiou a secretária extraordinária de
Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, e disse que confiou a ela a
palavra final sobre o assunto. “Essa decisão não será uma decisão direta do
ministro. O ministro é o último elemento dessa cadeia decisória. A secretária
Rosana vai emitir essa decisão e nós confiamos bastante nela.” Agência Brasil, com foto: Isac Nóbrega/PR
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