08/12/2021
7ª alta consecutiva: Copom aumenta taxa de juros para 9,25% ao ano, maior patamar em 4 anos
BRASÍLIA, DF - Com o aumento da inflação, o Banco Central
fez mais um ajuste nos juros básicos para tentar segurar a alta dos preços. Por
unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou hoje (8) a taxa
básica de juros, a Selic, de 7,75% para 9,25% ao ano. A decisão era esperada
por analistas do mercado financeiro. Esse foi o sétimo reajuste consecutivo na taxa Selic, depois
de passar seis anos sem elevação. De março a junho, o Copom elevou a taxa em
0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a
aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Na última reunião, em outubro, o
reajuste chegou a 1,25 ponto percentual. Inflação A Selic é o principal instrumento do Banco Central para
manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outubro, o índice ficou em 1,25%, o maior para o
mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, o IPCA chegou a 10,67%. Para o mercado financeiro, o IPCA deve chegar a 10,18%,
neste ano. Tanto o resultado em 12 meses quanto a previsão para o ano estão
acima do teto da meta de inflação para o ano. Para 2021, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3,75%, com margem de tolerância de
1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite superior é 5,25% e o inferior, 2,25%. Crédito mais caro A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso
porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo.
Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e
incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para
cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços
estão sob controle e não correm risco de subir.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos
públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de
referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima,
o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque
juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Agência Brasil, com foto: Maecello Casal Jr
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