30/11/2021
Primeira imagem da variante Ômicron revela mais que o dobro de mutações que a Delta
SÃO PAULO, SP - A primeira imagem da variante ômicron do
coronavírus revelou mais que o dobro de mutações que a da variante delta. A representação computadorizada desta nova cepa foi feita
por pesquisadores do hospital Bambino Gesù de Roma, na Itália, que disseram
ainda ser cedo para tirar conclusões (leia mais adiante). A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi
identificada pela primeira vez na África do Sul, pelo sistema de vigilância das
autoridades sanitárias do país. No modelo divulgado pelo hospital italiano – que destaca a
proteína S (spike) – é possível notar uma maior concentração de mutações (os
pontos vermelhos, com maior variabilidade, e a área cinza onde não há
variação). A proteína S é a que forma a "coroa" do vírus, e
funciona como "chave" na hora de se acoplar às células humanas para
sua replicação e infecção – é nela que muitas vacinas agem. Ainda é cedo para
conclusões Os pesquisadores do hospital Bambino Gesù disseram, em um
comunicado, que o modelo tridimensional revela "muito mais mutações"
na ômicron, mas que ainda é cedo para tirar conclusões. "[Ter mais mutações] não quer dizer automaticamente que
são mais perigosas, diz simplesmente que o vírus se adaptou mais uma vez à
espécie humana gerando outra variante", disseram em nota. "Outros estudos nos dirão se essa adaptação é neutra,
menos ou mais perigosa", afirmaram os pesquisadores. A imagem foi feita a partir do sequenciamento da nova
variante que foi compartilhado com a comunidade científica. Os dados que serviram de base para a modelagem foram
majoritariamente produzidos por pesquisadores de Botsuana, África do Sul e Hong
Kong. Origem da variante A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada
à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul. O primeiro caso confirmado da B.1.1529 foi de uma amostra
coletada em 9 de novembro de 2021. De acordo com OMS, a variante apresenta um
"grande número de mutações", algumas preocupantes. "Evidências preliminares sugerem uma alta no risco de
reinfecção com a variante, comparada com as outras versões do
coronavírus", disse a agência de Saúde das Nações Unidas em um comunicado. Nas últimas semanas, as infecções do coronavírus vinham
aumentado abruptamente no país, o que coincide com a detecção da nova variante
B.1.1529.
A situação epidemiológica no país tem sido caracterizada por
três picos de casos notificados, sendo que o último era com a variante delta. g1, com foto: Cortesia Hospital Bambino Gesù de Roma
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