16/11/2021
Saúde anuncia dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para todos os adultos
BRASÍLIA, DF - O Ministério da Saúde anunciou, hoje (16), a
redução do intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço da vacina
contra a covid-19 dos atuais seis meses para cinco meses. A decisão, que será implementada
pelas secretarias de Saúde dos estados e municípios, contempla todas as pessoas
acima de 18 anos, independentemente do grupo etário ou profissão. Inclusive
aquelas que receberam a Janssen, cujo fabricante, inicialmente, recomendava a
dose única. “Já tínhamos autorizado a aplicação desta dose de reforço,
ou adicional, para todos aqueles que tinham tomado a segunda dose há mais de
seis meses e que tivessem [mais de] 60 anos. Agora, graças às informações
advindas dos estudos científicos realizados para avaliar a aplicação da
terceira dose - e dos quais já temos dados preliminares -, decidimos ampliar
esta dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos de idade que tenham
tomado a segunda dose há mais de cinco meses”, disse o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga. Ele garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente
para atender à demanda. Atualmente, há 12,47 milhões de pessoas aptas a receber
a dose adicional. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses
das vacinas contra a covid-19 já foram distribuídas para todo o país, e mais de
297 milhões já foram aplicadas ao longo de onze meses. Mais de 157 milhões de
pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante – número que, segundo a pasta,
representa 88% do público-alvo previsto no plano nacional de vacinação contra a
doença. No entanto, cerca de 21 milhões de pessoas ainda não retornaram para
tomar a segunda dose na data prevista. Segundo a secretária extraordinária de Enfrentamento à
Covid-19, Rosana Melo, pessoas na faixa entre 25 e 34 anos formam a maioria dos
que ainda não compareceram para tomar a segunda dose. Analisando qual vacina as
pessoas que não completaram o ciclo vacinal receberam, a secretária aventa a
hipótese de que, além de outros fatores (como a dificuldade de encontrarem
tempo para retornar ao posto de vacinação), as reações características de cada
imunizante podem estar desestimulando algumas pessoas. “Algumas [vacinas], de fato, trazem [causam] alguns efeitos
adversos que passam em um ou dois dias. A população tem que estar consciente
disso. Tem que estar alerta e saber que estes efeitos são esperados e
acontecem”, comentou Rosana, destacando que, junto com as recomendações de uso
de máscara, distanciamento social e higienização das mãos frequente e adequada,
a vacinação vem proporcionando a redução do número de casos graves da doença e,
consequentemente, das internações e mortes. “Hoje, nós temos, no Brasil, 21,11 milhões de pessoas que
estão aptas a tomar a segunda dose da vacina e, assim, completarem seu esquema
vacinal”, informou a secretária ao reforçar que, para aumentar suas proteções
contra a doença, a pessoa tem que tomar todas as doses recomendadas pelos
laboratórios fabricantes e autorizadas pelas autoridades sanitárias. “Além disso, os estudos têm mostrado que, a partir do quinto
ou sexto mês, independentemente do imunizante utilizado, há sim uma necessidade
de reforçarmos nosso sistema imunológico tomando uma dose de reforço”,
acrescentou a secretária, alertando para a importância de os estados seguirem
as novas recomendações do ministério. “Se algum estado fizer separado,
diferente, prejudicará muito o nosso planejamento.” Janssen Outra mudança anunciada pela pasta diz respeito à vacina da
Janssen que era aplicada em dose única e passará a ter duas doses. “No início, a recomendação era de que esta vacina fosse de
dose única. Hoje, sabemos que é necessária esta proteção adicional. Então, quem
já tomou a Janssen, agora vai tomar a segunda dose do mesmo imunizante. E, lá
adiante, cinco meses após [a segunda dose], um reforço com imunizante
diferente”, disse Queiroga. A segunda dose da Janssen deverá ser ministrada a
partir de dois meses da primeira aplicação. Mega Vacinação O ministro da Saúde participou esta manhã da cerimônia de
lançamento da campanha Mega Vacinação, que acontecerá entre os dias 20 e 26 de
novembro. Para estimular a população a tomar todas as doses recomendadas da
vacina e completar o ciclo de imunização, o ministério conta com a ampliação do
horário de funcionamento dos postos de vacinação durante a iniciativa. “Já temos uma das campanhas de vacinação contra a covid-19
mais importantes do mundo, tendo ultrapassado os Estados Unidos em relação ao
[percentual da] população imunizada, mas temos que avançar ainda mais para que
não aconteça o que está ocorrendo em alguns países da Europa, onde observamos
um aumento do número de casos”, alertou o ministro, referindo-se a países como
a Alemanha, que, na semana passada, voltou a anunciar medidas restritivas para
conter o recrudescimento da doença. “Nosso objetivo é, através da campanha Mega Vacinação,
ampliar ainda mais o acesso [da população às vacinas] e convencer as pessoas a
procurarem as Unidades Básicas de Saúde [UBS] para, a partir daí, adquirirmos
ainda mais a confiança do povo brasileiro e um controle sanitário eficiente
para evitarmos possíveis novas ondas da covid-19”, disse Queiroga logo após a
exibição de um vídeo promocional em que o Ministério da Saúde alerta que
“proteção pela metade não é proteção”.
“Temos [no Brasil] um cenário epidemiológico bem mais
equilibrado em relação à pandemia. Nosso sistema de saúde está atendendo às
necessidades, sobretudo dos pacientes com síndromes respiratórias agudas
graves. Isso se deve à eficiência das políticas públicas lideradas pelo
Ministério da Saúde e que, na ponta, são implementadas pelos estados e
municípios [prefeituras]”, acrescentou o ministro Marcelo Queiroga antes de
detalhar a redução do intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço. Agência Brasil, com foto: Arquivo/Secom-PB
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