11/11/2021
Equipe de arritmologia do Hospital Metropolitano faz cirurgia e evita que criança vá para fila de transplante
JOÃO PESSOA, PB - Uma pequena paciente de apenas 7 anos,
diagnosticada com taquicardia supraventricular de caráter incessante
(frequência cardíaca mais rápida do que o normal contínua), foi submetida a uma
cirurgia de ablação por cateter no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires,
iniciativa que a livrou da inserção na lista nacional de candidatos ao
transplante cardíaco pediátrico. A cirurgia, nunca antes realizada para
tratamento desse tipo de patologia na unidade de saúde, trouxe o ineditismo à
Rede Pública Estadual, proporcionando também mais qualidade de vida para a
paciente. O procedimento de alta complexidade foi realizado pela
equipe de arritmologia da instituição, o qual consiste na passagem de cateter
pelos vasos sanguíneos até o coração para destruir/neutralizar as vias
elétricas anormais do tecido cardíaco, como explicou o arritmologista Renner
Raposo. “Realizamos diversos exames e detectamos a existência de um foco no
coração que estava disparando a arritmia. Primeiro tentamos o método
medicamentoso, mas só o remédio não controlava, tentamos mais de um. Então,
optamos pela ablação e cauterizamos esse foco. Agora, com a resolução, o
coração da criança voltará a funcionar bem. Todos nós envolvidos nesse
procedimento, sabíamos da alta complexidade do caso, pois devido à constante
taquicardia, o coração dessa criança havia se dilatado, e apesar de ter apenas
7 anos, ela já possuía o órgão maior que o de um adulto, o que motivou a possibilidade
em fazer um transplante. Mas isso não será mais necessário”, pontuou o
arritmologista. O pai da paciente, Elvis Danilo Luis, 31 anos, que aguardou
na sala de espera a tão sonhada notícia do sucesso da cirurgia, contou que não
resistiu à emoção e se ajoelhou perante toda equipe. “Só um pai que vem
acompanhando o sofrimento da doença de um filho sabe a intensidade de ouvir a
frase: deu tudo certo, a cirurgia foi um sucesso. Eu não pude me controlar e só
fazia chorar e agradecer a todos, até me ajoelhei como sinal de reverência
mesmo, porque estava diante de profissionais que foram instrumentos usados por
Deus para salvar a vida da minha filha. Quero agradecer a todos os gestores do
hospital, não foi posta nenhuma dificuldade para o tratamento da minha filha,
pelo contrário, vi todos se mobilizando em favor dela. Os moradores da minha
cidade de Cacimba agora sabem que aqui na Paraíba existe um hospital do SUS de
primeiro mundo, que salva a vida das nossas crianças”, narrou emocionado o pai. Para a arritmologista pediátrica Jéssica Laureano, foi um
caso desafiador tanto para os profissionais da arritmologia quanto para os
demais. “Graças a Deus e à toda a equipe, tivemos um resultado excelente, visto
que o procedimento aconteceu realmente em tempo hábil. Foi delicado em todos os
sentidos, desde a necessidade em realizar uma anestesia geral em uma criança
com o coração dilatado até a atuação dos enfermeiros e técnicos nas primeiras
horas pós-cirúrgicas. O sucesso é emocionante para a família e gratificante
para todos os profissionais de saúde. São casos assim que nos dão combustível
para o exercício cotidiano da medicina”, descreveu a médica.
De acordo com o diretor geral do Hospital Metropolitano,
Antônio Pedrosa, a equipe de arritmologia vem atuando de forma exitosa em casos
complexos e mudando o cenário da saúde pública na Paraíba. “Em janeiro deste
ano, essa mesma equipe realizou também uma cirurgia inédita em uma criança de
apenas 2 anos. Por isso a gestão tem apoiado e incentivado para que ações como
essas se tornem uma constante. Adquirimos todos os insumos necessários e de
melhor qualidade para realização do procedimento. Agora comemoramos o sucesso,
e garantimos à criança e aos familiares a continuidade da assistência prestada
até aqui”, enfatizou o gestor. Secom-PB, com foto: Divulgação
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