09/11/2021
Decreto que institui Auxílio Brasil é editado; veja valores e quem terá direito a receber
BRASÍLIA, DF - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
editou o Decreto 10.852/2021, publicado em edição extra do Diário Oficial da
União nesta segunda-feira (8), que regulamenta o Auxílio Brasil, programa
social que substitui o Bolsa Família. Os pagamentos começam a partir do próximo dia 17 para 14,6
milhões de famílias, segundo o Ministério da Cidadania. O governo prometeu
abranger 17 milhões de famílias a partir de dezembro, mas a ampliação do
benefício ainda depende da fonte de financiamento. A Medida Provisória (MP) 1.061, que criou o Auxílio Brasil,
foi publicada em 10 de agosto e precisa ser votada pelo Congresso até 7 de
dezembro para não perder a validade. O Auxílio Brasil possui 9 modalidades distintas de
benefícios, mas há 3 principais que formam o núcleo básico: Núcleo básico: – Benefício Primeira Infância: famílias com crianças de até
3 anos recebem R$ 130 por criança, com limite de cinco benefícios por família. – Benefício Composição Familiar: famílias com gestantes ou
pessoas de 3 a 21 anos recebem R$ 65 por integrante, com limite de até cinco
benefícios por família. – Benefício de Superação da Extrema Pobreza: famílias que,
mesmo recebendoos os dois benefícios acima, ainda tenham renda per capita
mensal até R$ 100, limite de extrema pobreza. O valor será a diferença dos R$
100 e a renda per capita multiplicado pela quantidade de membros da família, com
valor mínimo de R$ 25 por pessoa. Ou seja: uma família com renda per capita de
R$ 50 por mês que tenha três integrantes irá receber R$ 150 por mês. Confira os outros 6
benefícios do Auxílio Brasil: – Auxílio Esporte Escolar: estudantes entre 12 e 17 anos
incompletos de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil que conquistem pelo
menos o terceiro lugar em competições oficiais dos Jogos Escolares Brasileiros
recebem R$ 1 mil em 12 parcelas mensais de R$ 100. – Bolsa de Iniciação Científica Junior: estudantes com bom
desempenho em competições acadêmicas e científicas de famílias beneficiadas
pelo Auxílio Brasil recebem R$ 1 mil parcelados em 12 vezes de R$ 100. – Auxílio Criança Cidadã: responsável de família beneficiada
pelo Auxílio Brasil com criança até 48 meses incompletos e que não encontre
vagas em creches públicas ou privadas da rede conveniada recebe R$ 200 para
turno parcial e R$ 300 para turno integral – o limite por núcleo familiar ainda
será regulamentado. – Auxílio Inclusão Produtiva Rural: famílias que recebem
pelo Auxílio Brasil que são formadas por agricultores familiares recebem
parcelas mensais de R$ 200, restrito a um único benefício por família. – Auxílio Inclusão Produtiva Urbana: famílias que recebem
pelo Auxílio Brasil e comprovem emprego formal de pelo menos um integrante
recebem R$ 200 por mês, limitado a um benefício por família. – Benefício Compensatório de Transição: famílias que
recebiam pelo Bolsa Família e perderam parte do valor com a alteração ao
Auxílio Brasil recebem o equivalente ao que ganhariam com o antigo programa.
Esta modalidade é válida ao período de implementação do Auxílio Brasil. PEC dos Precatórios e
financiamento do Auxílio Brasil O governo havia prometido um valor mínimo de R$ 400 mensais
ao Auxílio Brasil, que ainda é promessa ao mês de dezembro. No entanto, o
pagamento do valor depende da aprovação da Proposta de Emenda da Constituição
(PEC) dos Precatórios, que adia e parcela o pagamento de dívidas judiciais da
União. A PEC, que será votada em segundo turno na Câmara dos
Deputados nesta terça-feira (9), também altera o cálculo do teto de gastos e
permitirá que o governo gaste mais R$ 91,6 bilhões no Orçamento de 2022, dos
quais R$ 50 bilhões seriam destinadas ao financiamento do Auxílio Brasil. Cadastro O Auxílio Brasil vai utilizar os cadastros do Bolsa Família
e do Cadastro Único. Famílias que recebiam pelo Bolsa Família no último mês de
outubro serão contempladas com o novo benefício automaticamente. Quem deseja se
inscrever pode fazer o cadastro no CadÚnico (CLIQUE AQUI). Critérios O novo programa será pago a famílias em situação de extrema
pobreza, com renda per capita de até R$ 100 por pessoa por mês. Famílias em
situação de pobreza (até R$ 200 per capita por mês) também recebem desde que
tenham gestantes ou pessoas com menos de 21 anos na composição familiar. A permanência no Auxílio também depende do cumprimento de
algumas regras: frequência escolar mínima de 60% para crianças de 4 e 5 anos de
idade; 75% de frequência para jovens até 21 anos; cumprimento do calendário
nacional de vacinação; acompanhamento nutricional de crianças com até sete anos
incompletos; pré-natal para gestantes.
Segundo o governo, beneficiários que tiverem aumento da
renda familiar que ultrapasse em até duas vezes e meia a linha de pobreza (R$
500 per capita por mês) poderão permanecer no programa por mais 24 meses, antes
de serem excluídos. Istoé Dinheiro, com foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
|