21/10/2021
Seis lojas de uma rede de padarias são flagradas com “gato” de energia elétrica
BELO HORIZONTE, MG - A Cemig e a Polícia Civil iniciaram, na
terça-feira (19/10), uma operação conjunta contra "gatos" na rede
elétrica. Uma rede de padarias, renomada na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, foi flagrada em seis unidades, na capital, Sabará, Santa Luzia e
Nova Lima. Essa ação faz parte da investida da companhia em combater prejuízo
anual com ligações irregulares, na ordem de R$ 400 milhões. Seis pessoas foram
presas, sendo uma de cada unidade de loja. Combater fraudes, retirar irregularidades e evitar acidentes
com a rede elétrica são os principais objetivos da operação conjunta entre a
Cemig e a Polícia Civil para regularizar o sistema de medição em padarias na
Região Metropolitana de Belo Horizonte. A escolha dos pontos a serem vistoriados partiram de
observações feitas pela empresa. As seis lojas da rede de padarias apresentavam
indícios de furto de energia elétrica, o popular “gato” e, por isso, foram alvo
de inspeções. Ao vistoriarem os relógios, os técnicos da Cemig confirmaram
os gatos e todos foram fotografados, registrados e, em seguida, retirados. Nos
casos de intervenção no interior dos medidores, os equipamentos foram lacrados
e enviados para laboratório, onde passarão por avaliação, conforme determina a
Resolução 414/2010 da Aneel. Caso as irregularidades sejam confirmadas na análise
laboratorial, os responsáveis deverão ressarcir a companhia em relação ao
montante de energia consumida que não havia sido devidamente faturada. De janeiro a setembro deste ano, a Cemig já realizou cerca
de 300 mil inspeções, com foco em regularizar e garantir a conformidade da
medição. A empresa estima que o furto de energia causa um prejuízo da ordem de
R$ 400 milhões por ano, o qual é repartido entre distribuidora e consumidores
regulares. Gabriel Linhares, engenheiro de Proteção da Receita da
Cemig, alerta que o furto de energia pode gerar consequências não só
financeiras, mas também criminais para quem faz esse tipo de ligação irregular. “Essa prática é um crime previsto no Código Penal no artigo 155,
que estipula multa e pena de até 8 anos de reclusão. Além desse artigo (155),
alguns juízes enquadram esse crime no artigo 171, que trata do estelionato”,
diz ele. Além e estar sujeito às penalidades previstas por lei, o
aproveitador deverá ressarcir à distribuidora toda a energia furtada e não
faturada, de forma retroativa e pagar um custo administrativo que pode chegar a
quase R$ 4.400. É sabido que as ligações irregulares colocam em risco a
segurança da população, tendo em vista a possibilidade de acidentes com a rede
elétrica, com consequências graves e até fatais. Além disso, essa prática traz
impactos na qualidade da energia no sistema elétrico, podendo causar
interrupções no fornecimento para clientes regulares, incêndios e queima de
aparelhos e equipamentos. “Os principais objetivos das operações com apoio da polícia
civil são minimizar o prejuízo repartido entre clientes regulares e a Cemig
além de conscientizar a população em relação ao furto de energia e seus
impactos para toda sociedade. O foco é intensificar a detecção e regularização
de unidades consumidoras com irregularidades na medição de energia e conduzir
os responsáveis para a delegacia da Polícia Civil”, explica o engenheiro. Trabalho árduo A Cemig dispõe de um Centro Integrado de Medição (CIM), para
identificar as suspeitas de fraude, e neste estão equipes especializadas que
realizam o monitoramento do consumo dos 8,9 milhões de consumidores em todo o
estado. Somente em 2021, a Cemig utiliza um sistema computacional
que, aliado à atuação das equipes administrativas e de campo, tem proporcionado
o aumento do Índice de acerto de inspeções, o qual saltou de 27% em 2020 para
40% até a metade de outubro deste ano. Com o trabalho do CIM, é possível identificar, em tempo real
qualquer anomalia no padrão de consumo de energia dos grandes clientes. São 45
mil, que representam cerca de 60% do faturamento da Cemig, e enviar equipes de
campo para identificar, registrar e retirar as irregularidades. Tarifa menor Segundo Gabriel Linhares, a tarifa dos consumidores mineiros
poderia ser mais barata, se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na
área de concessão da Cemig. “O prejuízo é compartilhado entre a Cemig e a
comunidade. É como se fosse um condomínio com dez moradores, e um deles não
pagasse corretamente. A taxa ficaria mais alta para os nove que pagam
corretamente. Além das perdas financeiras, esse delito causa transtornos à
população, pois sobrecarrega a rede de distribuição, compromete a qualidade do
fornecimento de energia da região onde ela está localizada e ainda ameaça a
segurança da vizinhança. Daí a importância para a sociedade do trabalho conjunto
da Polícia e da Cemig".
Denúncias podem ser feitas para pelos canais de atendimento:
o 116 ou pela Agência Virtual no site da companhia. EM, com foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília
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