22/09/2021
Covid-19: Ministério da Saúde recua e volta a liberar vacinação para adolescentes
BRASÍLIA, DF - O Ministério da Saúde recuou e voltou a
liberar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, mesmo os sem comorbidades,
contra a Covid-19. A imunização na faixa etária foi retomada um semana após o
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticar campanha antecipada dos estados e
falar que existem "eventos adversos a serem investigados". "Os benefícios da vacinação são maiores do que os
eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação", informou a pasta
nesta quarta-feira (22). "Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com
esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo (...) então,
hoje o ministério não suspende mais de forma cautelar a imunização em
adolescentes sem comorbidades". O ministério disse que, apesar da retomada, os grupos
vulneráveis devem ser priorizados: "não só o grupo com comorbidades, mas a
população que precisa de reforço e o encurtamento de prazo". Segundo a
secretária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite Melo, todos os brasileiros
devem ser imunizados até o final de 2021, mas o Plano Nacional de Imunizações
(PNI) precisa ser respeitado pelos estados e municípios. Comitê com Anvisa e
Fiocruz O anúncio ocorre após um Comitê formado por representantes
do ministério, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmar que a morte de uma jovem de 16 anos
de São Bernardo do Campo, ABC Paulista, não está relacionada com a vacinação
contra o coronavírus. A Anvisa participou de uma reunião do Comitê
Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos
(CIFAVI) na manhã da terça-feira (21), em que os especialistas detalharam o
caso. O processo foi validado e o diagnóstico referendado pelos membros da
CIFAVI. "O processo investigativo foi validado pelos membros do
CIFAVI e o diagnóstico referendado. (...) A causalidade foi classificada como
coincidente, ou seja, descartou-se a possibilidade de o óbito ter sido
relacionado à administração da vacina", afirmou a Anvisa em nota. A Anvisa já havia apontado na segunda-feira (20) que não
havia relação causal entre a morte da adolescente em 2 de setembro, com a
vacina da Pfizer contra a Covid-19. O diagnóstico referendado pela CIFAVI concluiu que a jovem
não apresentou qualquer doença cardiológica e sua morte foi causada por um
quadro clínico característico de Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), uma
doença autoimune. Anteriormente, no dia 17 de setembro, a Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo já havia concluído que a morte da jovem decorreu da PTT.
Na ocasião, a Secretaria afirmou que se tratava de "uma
doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de
desencadeá-la, e não há como atribuir relação causal entre PTT e a vacina
contra COVID-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer", afirmou a
secretaria. g1, com foto: Divulgação/Secom-PB
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