31/08/2021
Brasileiro terá novo aumento nas contas de energia a partir desta quarta-feira
BRASÍLIA, DF - A Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) anunciou nesta terça-feira (31) a criação de uma nova bandeira
tarifária na conta de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa
extra será de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos e já entra
em vigor a partir do dia 1º setembro, permanecendo vigente até abril do ano que
vem. O novo patamar representa um aumento de R$ 4,71, cerca de
50%, em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então o maior patamar, no
valor R$ 9,49 por 100 kWh. A decisão foi tomada em meio à crise hidrológica que afeta o
nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte geradora de
energia elétrica no país. De acordo com o governo federal, é a pior seca em 91
anos. Com as hidrelétricas operando no limite, é preciso aumentar a geração de
energia elétrica por meio de usinas termoelétricas, que têm custo mais alto. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu
que as medidas são suficientes para garantir a oferta. "Nós trabalhamos para ter a oferta suficiente para a
demanda de todas as unidades consumidoras no país. Estamos presenciando a maior
seca que o país, o Brasil, já passou. E isso com reflexos na capacidade dos nossos
reservatórios das usinas hidrelétricas", afirmou durante coletiva de
imprensa para anunciar as novas medidas, em Brasília. Ainda de acordo com o ministro, as medidas que vêm sendo
adotadas até agora estão surtindo efeito, mas a situação ainda está longe da
normalidade. "Nós estamos em condições melhores do que estávamos no início
do mês de agosto. E isso mostra que as medidas estão surtindo efeito, mas ainda
não nos levam à uma situação de normalidade ou mesmo de conforto, por isso que
nós estamos adotando todas essas demandas". Segundo a Aneel, mesmo com o reajuste recente das bandeiras
tarifárias, incluindo a criação do patamar 2 da bandeira vermelha, em junho, a
arrecadação extra para custear o aumento da geração de energia segue
insuficiente. O déficit na conta de bandeiras tarifárias está em R$ 5,2
bilhões. Além disso, o Brasil precisará importar energia de países vizinhos, ao
custo de R$ 8,6 bilhões. "Nós temos que ter uma geração adicional para enfrentar
a escassez hídrica. Nessa geração adicional está contemplada a importação de
energia da Argentina e do Uruguai, geração termoelétrica adicional",
explicou André Pepitone, diretor-geral da Aneel, em coletiva de imprensa para
anunciar as novas medidas. Todos os consumidores do mercado cativo das distribuidoras
de energia elétrica serão abrangidos pela nova bandeira tarifária, com exceção
dos moradores de Roraima, único estado que não está interligado ao Sistema
Interligado Nacional (SIN) e das cerca de 12 milhões de famílias inscritas no
programa Tarifa Social de Energia Elétrica. Segundo a Aneel, como a tarifa média da conta é R$ 60 reais
a cada a 100 KWh, resultando em uma conta final de R$ 69,49, no caso da
incidência da bandeira vermelha patamar 2 (R$ 9,49), o valor da conta de luz
com a nova bandeira de escassez hídrica ficará, em média, 6,78% mais cara,
chegando a R$ 74,20 (R$ 60 de tarifa média + taxa extra de R$ 14,20 da nova
tarifa). Redução voluntária O Ministério de Minas e Energia também deu mais detalhes
sobre o Programa de Redução Voluntária de energia elétrica, voltado para os
chamados consumidores regulados, que incluem empresas. O governo vai pagar um prêmio de R$ 50 por 100 kWh reduzido.
O patamar de redução é de no mínimo 10%, limitado a 20%. A expectativa da pasta
é obter uma redução média de 15% do consumo. Se isso ocorrer, a expectativa é
reduzir a demanda de energia em 914 megawatt hora (mWh) médio, volume de
energia suficiente para atender 4 milhões de domicílios e que representa cerca
de 1,41% da carga do Sistema Interligado Nacional. O programa vai perdurar até
o final do ano que vem.
Os cidadãos de baixa renda inscritos na tarifa social também
poderão participar do Programa de Incentivo à Redução Voluntária do consumo de
energia. Agência Brasil, com foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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